quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Comperj alavanca Habitação e construção civil em Itaboraí

Por Flávio Azevedo

A partir do anúncio da construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí – empreendimento da Petrobras que vai receber cerca de US$ 20 bilhões em investimentos – os setores que mais aqueceram foram o da construção civil e habitação. As construtoras estão investindo em projetos residenciais e comerciais para dar suporte aos novos moradores e trabalhadores que estão chegando aos municípios da região atraídos pelo Comperj.

Está previsto a construção de hotéis, complexos comerciais e condomínios residenciais. A Prefeitura de Itaboraí informa que os investimentos são reflexos do empreendimento da Petrobras. No primeiro ano de implantação do Comperj, para facilitar a instalação do empreendimento e das empresas que estão sendo atraídas para o município, a Secretaria Municipal de Fazenda reduziu o Imposto Sobre Serviço (ISS) de 5% para 2%.

Investimentos

Um dos maiores projetos do município é o Itaboraí Plaza, que está sendo construído numa área de 35 mil metros quadrados e faz parte de um arrojado complexo comercial e residencial. O prédio contará com quatro lojas de departamento, um hipermercado, seis salas de cinema, boliche, universidade, praça de alimentação e 150 lojas satélites. O local contará ainda com duas torres de escritórios, hotel e um condomínio residencial com 1,4 mil apartamentos. Só no setor de shopping os investimentos estão calculados em cerca de R$ 100 milhões. A inauguração, inicialmente prevista para março de 2012, pode ser antecipada para este ano.

Também atraída pelo Comperj, a incorporadora NEP vai lançar em parceria com a Atlântica Hotels International, o Supreme Itaboraí, empreendimento que segue o formato de apart-hotel. O diretor de desenvolvimento da NEP, Cyro Fidalgo, revela que a incorporadora identificou uma forte demanda por unidades hoteleiras e descobriu um modelo de investidores que ainda não havia sido explorado pelo mercado imobiliário da região. O empreendimento contará com 198 unidades de apart-hotel, que terão preço médio de R$ 120 mil e têm previsão de entrega para novembro de 2013.

No próximo mês de abril devem começar as obras do Hellix Business Center, que está avaliado em R$ 65 milhões. A conclusão das obras está prevista para 2013. O empreendimento será composto de 156 sa¬las comerciais, em duas torres; hotel com 108 unidades; 57 lojas; três andares de estacionamento; shopping center; praça de alimentação e heliponto.

Empreendimentos residenciais

Os empreendimentos residenciais também são alvo dos principais investidores da região. A construtora Rossi iniciou, em dezembro, as vendas do Rossi Mais Reserva Imperial, que tem 160 unidades, com preços médios a partir de R$ 167,4 mil. De acordo com a empresa, as obras terão início em junho. Localizado na área central de Itaboraí, a construção contará com dois edifícios de dez pavimentos e oito unidades por andar, com unidades de dois ou três quartos – todos com suíte – e área de lazer completa.

A área de lazer oferece piscinas, redário, sauna seca, espaço de convivência, academia externa, salão de festas, parquinho, churrasqueira, entre outros. Os itens de área de lazer e a localização privilegiada são os principais diferenciais desse projeto.

Segundo o proprietário da REG Engenharia, Euclides Tarre, “o município está crescendo, e a tendência é que os novos empreendimentos acompanhem as novidades do mercado, e ofereçam unidades confortáveis com bons preços”.

Emprego

O pedreiro Reginaldo Costa, 40 anos morador da Serra do Sambê, em Rio Bonito, está trabalhando em Itaboraí desde 2008. “Certamente vou ficar por lá nos próximos anos, porque tem muita obra acontecendo no município”, diz ele. Se num passado recente Rio Bonito exportava mão de obra para a Região dos Lagos, destino dos melhores pedreiros da cidade durante os últimos 15 anos, Itaboraí atualmente está competindo em pé de igualdade.

Segundo Reginaldo, em Itaboraí, os salários para pedreiros são os melhores da região. “Como as oportunidades são muitas e os patrões estão com pressa de terminar as suas obras para atender a demanda da refinaria da Petrobras (Comperj), eles estão pagando melhor para poder ficar com o profissional, principalmente se for uma cara que não deixa furo e aceita fazer umas horas extras”, explica o pedreiro.

Já o servente Jailton de Souza, 23 anos, morador do Bosque Clube, comenta que os empregos estão aparecendo, “mas é importante estudar e se preparar”.
– Depois que eu fiz um curso em São Gonçalo, foi bem melhor para arranjar emprego, porque a primeira coisa que o dono da obra pergunta é se você estudou. Alguns colegas que eu tenho, bons profissionais e de confiança, perderam a oportunidade de trabalhar numa obra em Niterói porque não tinham feito o curso – diz.

O servente termina fazendo um alerta: “tem muita gente que coloca a culpa pela falta de emprego nas autoridades, mas a pessoa também precisa correr atrás. Para terminar o meu curso em São Gonçalo, por exemplo, até dinheiro emprestado eu peguei, mas terminei e já estou trabalhando”.

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