quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Padre Eduardo Braga preocupado com a sociedade e seus valores

Por Flávio Azevedo

Hoje, 8 de dezembro de 2010, é o dia da Padroeira de Rio Bonito, a Nossa Senhora da Conceição. Que os riobonitenses, sobretudo os fieis católicos, analisem e pratiquem alguns dos muitos sermões e orientações do Monsenhor Guedes, e também do Padre Eduardo Braga, atual pároco da Igreja Matriz de Rio Bonito. Se isso acontecer, penso que Rio Bonito pode ser uma cidade melhor!



Depois de realizar juntamente com o padre Robson, uma das mais belas missas campais assistidas pela sociedade riobonitense, o padre Eduardo Braga, então pároco da paróquia de São João Batista, na Praça Cruzeiro, recebeu a nossa reportagem na noite do dia 24 de junho de 2009 (dia de São João Batista) e concedeu uma entrevista exclusiva. O padre disse que está preocupado com a ausência de valores na sociedade, com a degradação da família, com o uso indiscriminado de drogas pelos jovens, com a gravidez precoce e com alcoolismo, que segundo o padre, “é tido como hábito comum nas cidades do interior”.

Sobre as drogas, o padre Eduardo abordou o assunto ainda na missa, ao destacar que o número de jovens usando drogas está crescendo, e impedir essa situação é um grande desafio. “Nossas famílias não podem ser destruídas por um cigarro de maconha, por um pozinho chamado cocaína ou por uma pedrinha chamada craque, que já chegou à Praça Cruzeiro, e custa R$ 5 reais aqui na quadra do bairro”, disse o sacerdote. Ele esclarece que não combate as pessoas, mas o vício das drogas. “O setor de Bem-Estar Social da prefeitura, não deveria realizar uma campanha contra as drogas, mas um trabalho de conscientização, que mostrasse que a vida é melhor sem drogas.

A família, um tema que tem sido debatido pela sociedade, está em crise, acredita o pároco, frisando a família tem sido vítima da mentalidade moderna, onde as pessoas acreditam estar tudo bem e cometer erros é normal, “afinal, todos fazem a mesma coisa”. Ainda segundo o sacerdote, “ser moderno significa a tolerância de comportamentos condenáveis”. Ele lembra também que muitos afirmam que o matrimônio é uma instituição falida. Essa modernidade também prega que você que não pode ser pai e mãe, porque tem que ser amigo. “Além disso, você não pode dizer não, porque traumatiza”. Para o padre, esse pensamento é uma psicologia barata, que pretende defender o direito das pessoas, mas está destruindo valores, “que a sociedade nunca deveria ter deixado de lado”.

Outro “flagelo” atual, segundo o padre Eduardo, é a gravidez precoce. Ele afirma que atualmente os pais são vítimas dos próprios filhos, que estão sem limites. O pároco diz também, que existe uma hipersexualização da cultura, provocada pelo contato com o álcool que chega cada vez mais cedo, pela utilização de telefones com blutuf, onde cenas pornográficas são repartidas entre as crianças, por pais que mantém relação sexual na frente dos filhos e pelo acesso sem controle a internet.

– Ao chegar aos 10 ou 11 anos, esse pré-adolescente quer transar. Mas existem pais que acabam dando os seus filhos, esse momento, que só gera famílias desestruturadas, crianças que nascem sem saber quem são os seus pais e mães que não são mães, porque os filhos ficam com as avós. Além disso, essa situação permite a prática de abortos, a infidelidade matrimonial e estimula a promiscuidade – comentou.

Para o padre Eduardo, o bem não pode se calar e parafraseando Ghandi, ele disse que “não tem medo do barulho dos maus, mas sim do silêncio dos bons”. O sacerdote acredita que as igrejas e o poder público devem somar esforços na luta por uma sociedade melhor.

– Eu não entendo como alguns políticos e empresários podem apoiar eventos que promovem a prostituição e a bebedeira. Eu fui muito claro, todo o católico praticante que apóia essas festas, não pode estar em comunhão com a igreja, porque ou bebemos do cálice de Deus ou do demônio – alerta o padre, frisando também que o alcoolismo destrói famílias, leva ao abuso sexual de crianças e a abre a porta para as drogas.

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