sábado, 26 de junho de 2010

Comemoração, falta de educação e formação familiar!

Apesar de magra e pobre, a vitória da Seleção Brasileira de Futebol, na tarde da última terça-feira (15) deixou o brasileiro muito feliz! Vuvuzelas, cornetas, caras pintadas, buzinas e fogos de artifício, são manifestações que nos acostumamos a ver em tempos de Copa do Mundo. Ao longo dos meus 35 anos, eu me lembro de ter acompanhado oito Campeonatos Mundiais de Futebol.

Em 82, na Espanha, deu Itália; em 86, no México, a Argentina levou o caneco; já em 90, a Alemanha se sagrou campeã. Em 94, nos Estados Unidos, depois de 24 anos de espera, o Brasil conquistou o Tetra. No mundial da França, em 98, a seleção da casa ganhou a Copa – para mim de forma suspeita. Em 2002, na Ásia (Coréia e Japão), o Brasil chegou ao Penta. Em 2006, na Alemanha, o título foi para a Itália.

Em todas estas ocasiões, sobretudo quando o Brasil levou ou quase conquistou o título, as comemorações sempre foram feitas com muito barulho e entusiasmo. Até aí nada demais. Além disso, as pinturas em ruas, muros, as tradicionais bandeirinhas e outros enfeites, também são sinais que estamos em ano de Copa do Mundo. Com o objetivo de dar um apoio moral para a seleção de futebol, o país se enfeita de verde e amarelo.

Em 2010, porém, está um pouco diferente. Apesar da Prefeitura de Rio Bonito ter anunciado na última semana, que vai premiar as três ruas mais bem decoradas com os temas da Copa, as famílias parecem não estarem muito empolgadas. Lembro que em 1982, o Naranjito, mascote daquela competição, estava pintado em grande parte dos muros e fachadas, o que não vemos acontecer com o Zakumi, mascote deste ano.

Para dizer a verdade, o que chamou a minha atenção foi a quantidade de gente, que com o pretexto de estar comemorando a vitória da Seleção, saíram enlouquecidas pelas ruas da cidade! Não sabemos se é uma questão de auto-afirmação, mas, sobretudo aqueles que pilotam motos, com raríssimas exceções, são extremamente amostrados e quase sempre irresponsáveis.

Presente à reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), no último dia 19 de maio, o presidente do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), Luis Gustavo Martins, disse que quando o Flamengo conquistou o Campeonato Brasileiro, ano passado, entre 15 e 21h, nove acidentados deram entrada na emergência da instituição, sendo três com traumatismo craniano e risco de morte.

Penso que a sociedade riobonitense deve ficar alerta, porque esse quadro pode se repetir com mais gravidade. Dizemos isso, porque em 2009, apenas a torcida rubro-negra comemorava. Este ano, porém, as torcidas de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo também estão em festa. Além disso, elas estão reforçadas por aquele torcedor que não acompanha futebol, mas torce pelo Brasil.

Mas, votando a desordem, na tarde da última terça-feira, logo depois do jogo, uma senhora foi atropelada, na Rua Dr. Mattos, próximo a padaria Rosa de Ouro. A vítima foi socorrida e levada para o hospital. O atropelador, que não prestou socorro, certamente não estava ‘sozinho’! A irresponsabilidade é tanta, que vimos um casal de inconsequentes que, além de estarem sem capacete, carregavam uma criança de cerca de 1 ano numa motocicleta. Aliás, a cada dia que passa é flagrante as infrações sobre duas rodas. Por exemplo, as motos agora transportam três passageiros – e já chegamos a ver quatro.

A essas irresponsabilidades, nós podemos acrescentar a falta de desrespeito com os outros e consigo mesmo. Os estampidos produzidos pelos escapamentos, os canos de descarga serrados ou arrancados – para fazer mais barulho – e o número absurdo de crianças que pilotam motos como se elas fossem velocípedes é um sintoma de que alguma coisa está errada. Mas o que seria?

Às vezes, chegamos a pensar que somos nós os errados, mas quando conversamos com as demais pessoas concluímos que não. Na verdade, a sociedade passa por um momento delicado, porque fica muito nítido, que as autoridades, as instituições e, sobretudo a família, por descaso, covardia, desinteresse, conivência, politicagem, ou tudo isso junto, não cumprem o seu papel de direito. Fica então a pergunta: “até quando estaremos expostos a esta situação?”.

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