domingo, 9 de maio de 2010

Salvem as nossas crianças!

Os temas abordados pelo padre Eduardo Braga na posse dos conselheiros tutelares de Rio Bonito, no último dia 4 de janeiro, deveriam estar sendo discutidos e debatidos pela mídia, nas rodas de bate-papo, nos encontros sociais e, sobretudo, pelas famílias, que, embora estejam cada vez mais desintegradas, precisam ser trazidas à realidade. O primeiro assunto abordado pelo pároco merece destaque, porque ao falar sobre os vícios, ele colocou as drogas lícitas e ilícitas no mesmo pé de igualdade. O sacerdote tem toda razão, porque álcool, cigarro, cocaína, maconha, crack, cola etc., são substâncias igualmente nocivas ao corpo humano.

Além da desintegração familiar e da perda de foco das escolas, o padre também falou sobre os acidentes de trânsito, que semanalmente tem tirado a vida dos nossos jovens e adolescentes. O sacerdote fez uma pergunta, que aqueles quem deveria responder sempre se omitem: “quem é o responsável por fiscalizar quem circula de moto sem capacete?”. Sobre pedofilia e abusos sexuais, num ato de coragem, o pároco comentou a respeito do vídeo produzido num banheiro de posto de gasolina, onde aparece a imagem de crianças fazendo sexo. De acordo com o padre, o vídeo foi vendido na feira pelo valor de R$ 5,00.

O sacerdote disse também, que há cerca de dois anos, quando o vídeo começou a circular, “não houve pronunciamento por parte de ninguém”. Mas, infelizmente padre, se nós bem conhecemos a sociedade riobonitense, as pessoas que deveriam se pronunciar sobre o assunto, certamente estão reprovando o fato de o senhor ter externado a sua preocupação publicamente. Aliás, na terra onde mandam, aqueles que fingem que vivemos num paraíso, alguém já deve estar comentando, que o senhor é tão inconveniente quanto o seu antecessor – como muitas vezes nós ouvimos comentarem.

Sobre as pulseiras do sexo, outro assunto que o padre Eduardo afirmou que deve ter a atenção dos adultos, principalmente dos pais, é bom lembrar que elas existem e já estão entre nós. Para os pais desatentos, devemos destacar que as pulseiras são comuns, coloridas e de silicone. Coisa de criança! Mas as cores diferentes – preto, azul, vermelho, rosa, roxo, laranja, amarelo, verde e dourado – mostram até onde adolescentes, pré-adolescentes e jovens estão dispostos a chegar (dar um beijo ou fazer sexo). Nas escolas, os meninos tentam rebentar a pulseira das meninas, que terá de “oferecer” o ato físico a que corresponde à cor da pulseira arrebentada.

Na verdade, essa pulseira do sexo é a última moda do comportamento promíscuo da jovem sociedade moderna, o que nos faz acreditar, que a inocência da infância está num passado muito distante. Ao usar a pulseira, o adolescente entra num jogo chamado Snap, que existe desde a década de 80. No inglês, Snap significa quebrar, partir, rebentar. As regras do jogo variam, mas o objetivo sempre é levar, principalmente as meninas, a praticar o comportamento sexual referente à cor da pulseira rompida.

As cores da pulseira têm os seguintes significados: Amarelo – Abraço; Rosa – Mostrar o seio; Laranja – Dentada de amor; Roxa – Beijo de língua, talvez sexo; Vermelha – Lap Dance (uma dança erótica de origem inglesa, que não é menos imoral que a nossa popular, e aceita, Dança do Créu); Verde – Sexo oral a ser praticado pelo rapaz; Branca – a menina escolhe o que quiser; Azul – Sexo oral a ser praticado pela menina; Preta – Sexo convencional; Dourada – Fazer o que o jogo determina para todas as cores.

Penso que nós deveríamos dividir essas preocupações com o padre Eduardo. Aliás, até quem ainda não é pai deveria repensar os valores que estão sendo transmitidos àqueles que no futuro estarão dirigindo a nossa cidade, o nosso estado, o nosso país, enfim, o nosso mundo. Autoridades, instituições, famílias e a sociedade como um todo, já deveriam estar refletindo sobre esses temas. Manter a crença que esses fatos são irreais ou inverídicos é dar cores vivas ao futuro sombrio que está se desenhando para as futuras gerações.

Concluindo, acreditamos ser oportuno citar o conceito de política que era defendido pelo sociólogo italiano Antonio Gramsci. Ele faz uma distinção entre o que chama de grande e pequena política. Para ele, a grande política toma em questão o debate sobre as estruturas sociais e as suas transformações. Já a pequena política, Gramsci classifica como a política da intriga, do corredor, as disputas internas pelo poder, que não coloca em discussão as grandes questões. E agora José?

Um comentário:

  1. Este momento dificil que atravessa não só rio bonito, mas todo o Brasil, é o canto da morte anunciada, não é possivel o número de ONGs que dizem trabalhar com crianças e nada acontece, a não ser receberem dinheiro do estado.Se são organizações não governamentais, como receber dinheiro dos governos.E os governos para beneficiar seus pares, cumplicia sem preocupar-se com resultados.Existe coisa mais esdruxula de que a eleição de conselheiros tutelares, apresentem o curriculo de nossos conselheiros e mostre-nos onde e como atuarão para pleitearem os cargos, por conhecimento de causa ou dedicação a causa das nossas crianças.Como o poder dos conselhos é grande, as pessoas mais votadas em quase todas cidades basileiras tem relação com os poderes municipais as vezes ou quase sempre, promiscuas pois pecisam das prefeituras para atuarem.A pro´pria Igreja abre mão destes debates em função de um processo arcaico evangelizador que não discute os problemas do entorno, para não perder o lugar na mesa dos ricos.(poder)Em bolsões de miséria a questão da droga fica muito mais grave.Rio bonito aparece nos mapas de homicidio e violência sempre nas primeiras colocações entre os 5565 municipios brasileiros.Pasmem até Silva Jardim, que acreditavamos que só matava mico leão.As nossas fronteiras são linhas tenues,imáginárias, onde alguns acham que os problemas de tangua por exemplo não chegam a Rio Bonito, tolos pensadores egoistas. Aurino Lima.

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